ADELAT e ISCI realizam enriquecedor debate sobre a matriz energética chilena e o papel chave da distribuição de energia elétrica

A Associação de Distribuidores de Eletricidade da América Latina e o Instituto de Sistemas Complexos de Engenharia realizaram a edição do debate “Desafios da distribuição elétrica para a transição energética em Latinoamérica” na Universidade do Chile, Santiago.
Nesta ocasião, importantes profissionais discutiram marcos regulatórios e aspectos de grande importância para o presente e o futuro da região no contexto das mudanças que estão surgindo e surgirão no setor.
A abertura ficou a cargo do presidente da ADELAT, David Felipe Acosta, que indicou: “A transformação deve ser um compromisso de todos os países e a América Latina não deve ficar para trás”. “Essa transição energética tem duas variáveis fundamentais para garantir a viabilidade do processo: a eletrificação da demanda e o desenvolvimento, modernização e adaptação da rede elétrica”, acrescentou.
Seguidamente, o diretor executivo da Associação, Ignacio Santelices, falou sobre os principais desafios para a distribuição de energia elétrica do futuro e as diretrizes do paper apresentado na ocasião. Apontou que “a transição energética trará grandes benefícios sociais, económicos e ambientais” e que “é essencial avançar juntos para incorporação das energias renováveis e incremento da electrificação, por isso é fundamental modernizar a distribuição”.
O evento contou com uma excelente apresentação do chefe do departamento de Energias Sustentáveis do Ministério de Energia do Chile, Mauricio Riveros Rodríguez, que falou sobre política energética a nível nacional. A sua apresentação baseou-se na necessidade de descarbonizar o sistema elétrico, ter a distribuição como infraestrutura habilitante da conexão e gestão dos recursos energéticos e colocar o usuário no centro da transformação.
O representante do Ministério explicou que os objetivos que perseguem são promover que os usuários finais usufruam dos benefícios e economias associados à transição energética; promover a manutenção do conforto energético acessível aos usuários; e incentivar uma experiência inclusiva e participativa, com melhor acesso às informações para a tomada de decisão pelos consumidores.
Em seguida, aconteceu o painel “Promover a modernização da distribuição elétrica”, do qual também fez parte o Sr. Riveros Rodríguez. O painel de discussão foi moderado por Larissa Cunha, Diretora de Gestão do Conhecimento da ADELAT.
Ali, o secretário executivo da Comissão Nacional de Energia, Marco Mancilla, iniciou o painel destacando o consenso que existe em termos técnicos sobre a clara necessidade de reformar o esquema de distribuição, incluindo a medição inteligente. O secretário afirmou que “uma mudança regulatória no caso chileno é muito necessária para o futuro desenvolvimento das redes elétricas”. Acrescentou que “para isso são necessárias duas reformas estruturais no longo prazo: uma na geração, focada no mercado atacadista, e outra na distribuição”. “Isso foi declarado e vamos avançar até lá”, concluiu.
A chefe de Network Development da Enel Chile, Paola Carrasco, participou do painel e disse que “o desafio é conseguir ter um planejamento coordenado e dar segurança às empresas prestadoras do serviço público”. “A transição energética deve mostrar equidade, por isso é necessário assumir o controle e atender as novas conexões e as já existentes que se eletrificam cada dia mais”, considerou.
Por último, o acadêmico da Universidade do Chile e investigador do ISCI, Rodrigo Moreno, destacou que é fundamental avançar em uma regulamentação que incentive as empresas a realizar investimentos e a entregar serviços que sejam valorizados pela sociedade. “As mudanças devem ter o consumidor como prioridade”, acrescentou.
Para concluir, David Felipe Acosta agradeceu a todos os painelistas e expositores e expressou: “Estamos satisfeitos de que, a partir da ADELAT, possamos promover estes espaços para discutir e encontrar soluções para os dilemas que surgem em questões energéticas em cada país”.
“Temos a obrigação de cooperar com associações e autoridades locais na construção deste cálculo de custo/benefício para o consumidor, colocando a demanda no centro. Reforçamos a importância de que as distribuidoras tenham essa margem de manobra para testar os melhores investimentos e que é um de nossos propósitos priorizar junto às autoridades quais são os investimentos necessários de acordo com a dinâmica de cada mercado“, finalizou.
O debate foi muito útil para pensar sobre como se atravessa a transição energética na região e pôr em comum boas práticas, princípios e diretrizes regulatórias.
O objetivo da discussão foi apresentar os resultados da pesquisa “Desafios e aperfeiçoamento regulatórios da distribuição elétrica para a transição energética latino-americana”, da qual participaram diretamente especialistas do Chile, Brasil e Colômbia. Estudo do qual participou Rodrigo Moreno, pesquisador e líder da linha de pesquisa dedicada à energia no ISCI.